sábado, 6 de outubro de 2007

Kyoto.


Ele nasceu do outro lado do mundo, em uma cidade do Japão chamada Kyoto. O ano era 1997. Mas só em 16 de fevereiro de 2005 entrou em vigor. Estamos falando de um acordo entre vários países do mundo que tem o objetivo de reduzir a quantidade de seis tipos de gases que são lançados diariamente na atmosfera. Gases que estão relacionados ao aumento recente da temperatura da Terra e às mudanças no clima do planeta. Acordo internacional firmado até hoje por 171 nações, entre elas o Brasil, o Protocolo de Kyoto prevê que, até 2012, se reduza a quantidade de gás carbônico e de outros cinco gases: metano, óxido nitroso e três gases com flúor em sua composição. Mas reduzir quanto? Um pouco mais de 5% do que foi emitido em 1990. Imagine que, em 1990, toda a produção dos gases que estão no alvo do Protocolo de Kyoto coubesse em cem compartimentos iguais. Em 2012, o objetivo é que a produção desses gases, no total, não ocupe mais do que 95 compartimentos. Para atingir essa meta, os países devem alterar seus sistemas de transporte e de uso de energia para diminuir, principalmente, a produção de gás carbônico, que, de todos os gases citados, é o mais relacionado à atividade humana, logo o mais dependente de nossas ações para ser reduzido. Muito gás carbônico é produzido no mundo, por exemplo, com o uso de carros em vez da utilização do transporte de massa (como trem ou metrô). Mudar essa situação é uma das propostas do Protocolo de Kyoto, que incentiva o uso de energia renovável, como a solar e a dos ventos, no lugar de combustíveis, como o petróleo e o carvão. Alguns países europeus, por exemplo, têm conseguido diminuir ou frear as suas emissões de gás carbônico nos últimos anos. São iniciativas aparentemente de pequena proporção que estão ajudando, como a criação de condomínios inteligentes, que aproveitam ao máximo a energia solar e propõem um uso mais racional da água, com o aproveitamento até da que vem da chuva. Na contramão dessa tendência, porém, estão países como Estados Unidos, que se recusam a cumprir o Protocolo de Kyoto, com o argumento de que não estaria provado que o clima da Terra está mudando e que isso estaria ligado à emissão dos gases mencionados. Ruim é saber que, enquanto as evidências não convencem alguns países a pôr em prática as ações previstas pelo protocolo de Kyoto, o tempo passa e a situação se agrava. Dados têm mostrado que a diminuição proposta pelo acordo internacional pode não ser mais suficiente para garantir a segurança do planeta. Isso porque oceanos não têm conseguido absorver o gás carbônico presente na atmosfera e o solo ainda tem liberado mais e mais. Mas essa notícia não deve nos desanimar. Ao contrário, ela deve nos incentivar a agir o quanto antes. Você não acha? Jean Remy Davée Guimarães Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

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