Uma viagem ao sinistro
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Turistas procuram novas aventuras: visitas a localidades de conflito atual, genocídio passado, acidentes de avião e assassinatos Michael Johnson*De Bordeaux, FrançaQuem estiver em busca de umas férias diferentes no exterior talvez descubra que o turismo não é mais o mesmo. Os viajantes de hoje estão procurando algo mais do que as praias mais lindas do mundo. As escolhas mais comportadas incluem especialidades como turismo musical, ecoturismo e campos de batalha da Primeira e da Segunda Guerra Mundial.A oportunidade mais intrigante, entretanto, está no que os europeus chamam de "turismo sinistro", uma nova categoria de viagens a localidades de conflito atual, genocídio passado, acidentes de avião e assassinatos.O lado sinistro do turismo tornou-se um novo foco para operadoras de viagens e para as faculdades de lazer e turismo.Para os muito aventureiros, as viagens mais sinistras incluem Iraque, Afeganistão, República Democrática do Congo, Somália, Burundi, Costa do Marfim e o interior do Paquistão.Os especialistas dizem que os turistas mais radicais buscam o perigo deliberadamente, com ou sem guarda-costas. Por uma tarifa, algumas empresas de segurança acompanham seus movimentos eletronicamente por satélite."Coisas repulsivas são inerentemente interessantes. A capacidade de fazer mal tem um forte apelo, e há um verdadeiro apetite de tocar a morte", diz J. John Lennon, diretor do Centro de Viagem e Desenvolvimento de Turismo Moffat, na Universidade de Glasgow, na Escócia.Uma explicação para esse aparente desabrochar de nosso lado sinistro é a onipresença da cultura de violência, movida pela mídia. A cada ano, há mais pontos de interesse, e somos instantaneamente informados sobre eles.Philip Stone, palestrante da Universidade Central de Lancashire na Inglaterra, estabeleceu uma gama de tons de cinza que ele chama de "continuidade dinâmica e intensa" de horror. Um dos graus médios é o local de uma recente tragédia, algumas vezes com alguns tons repulsivos. Por exemplo, os turistas saem de seu caminho para ter um vislumbre de Brentwood, Califórnia, onde Nicole Simpson foi assassinada. Uma artista de Boston me disse que tinha vergonha de seus amigos que recentemente insistiram em fazer uma visita ao local e trazer para casa fotos deles na propriedade.Atração pela morte Os lugares mais populares combinam uma noção de história com uma sensação de "apenas estar vivo pela graça de Deus", como os "campos de morte" do Camboja ou o local do desastre de 11 de setembro em Nova York. Frederic Ngoga Gateretse, analista da iJet Intelligent Risk Systems, em Washington, diz que certos turistas ricos estão procurando dar sentido às suas vidas voando para destinos como Darfur ou Ruanda, para observar a dureza em campos de refugiados em primeira mão.Os locais mais poderosos são campos de concentração do Holocausto na Polônia e Alemanha, que atraem mais de 3 milhões de visitantes por ano.Em seu livro "Dark Tourism", Lennon cita o autor George Steiner dizendo que "as pessoas se sentem estranhamente atraídas" pelo horror.Fiquei intrigado para saber por que queremos nos deixar ser estranhamente atraídos a algo, então perguntei a um amigo, um psicólogo de Londres, Paul Throne: "É para dar realidade à visão", diz ele. "Você viu imagens na televisão, no jornal, precisa de uma confirmação de realidade -ver a coisa de verdade. Você quer participar mais do que apenas observar."O fenômeno do turismo sinistro não é tão novo quanto o termo sugere. Lennon forneceu um foco cunhando a expressão, mas, desde os tempos medievais, as pessoas são atraídas para lugares de morte e destruição. Grandes multidões reuniam-se em Londres para ver os enforcamentos públicos no século 15, e Marble Arch, onde eles aconteceram mais recentemente, é uma forte atração turística.Em uma estratégia criativa, o mais conhecido John Lennon deixou um legado com sua música "Imagine". O piano no qual compôs a música está em uma "turnê de paz" contínua para locais de violência no mundo todo. Apesar de a turnê ser uma série de eventos organizados, adquiriu tal força espiritual que muitas pessoas dizem que o piano anda pelo mundo sozinho, misticamente.No início do ano, o piano, do compositor George Michael, foi trazido para o Teatro Ford em Washington onde Abraham Lincoln foi assassinado em 1865. Antes esteve diante da Penitenciária Estadual do Texas durante uma execução.Em cada caso, foi claramente entregue e levado por mãos contratadas. Vi fotografias. Agora quero ver o piano.*Michael Johnson foi correspondente da Associated Press em Moscou Tradução: Deborah Weinberg
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sábado, 13 de outubro de 2007
Uma viagem ao sinistro
Postado por Heleno do Trapiche ® às 18:36
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