segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Dietas ricas em gordura alteram relógio biológico, diz estudo

Dietas ricas em gordura alteram relógio biológico, diz estudo
da France Presse, em Chicago
Uma dieta rica em gorduras não é apenas ruim para o coração, também pode afetar o relógio biológico, deflagrando uma série de reações que interfere nas funções metabólicas. A informação é de um estudo norte-americano publicado na terça-feira (6).
O estudo em ratos sugere que o funcionamento do relógio interno, que regula o ciclo de sono e de vigília e também os momentos em que se tem fome, está relacionado aos ritmos de certos processos metabólicos.
Uma dieta do estilo ocidental, com muitas calorias provenientes de gorduras saturadas, pode afetar o relógio biológico, iniciando um círculo vicioso que prejudica o funcionamento de certos processos metabólicos e aumenta o risco de obesidade e diabetes.
"O ritmo e o metabolismo evoluíram juntos e são quase um sistema conjunto", disse Joe Bass, principal autor de um trabalho sobre o tema e endocrinologista da Universidade de Northwestern, em Chicago.
"Se perturbarmos o delicado balanço entre os dois, veremos efeitos nocivos", afirmou Bass, no estudo publicado no jornal "Cell Metabolism".
O experimento
Durante seis meses, Bass separou dois grupos de ratos e submeteu um deles a uma dieta regular, e o outro, a uma rica em calorias e gorduras.
Depois de duas semanas, os ratos sob a dieta de estilo ocidental, com 45% de calorias em forma de gordura, mostraram uma mudança espontânea nos padrões de alimentação e ritmos de descanso e sono. Além disso, começaram a comer em seu tempo típico de descanso ou sono.
"Não é apenas que os animais estejam comendo mais", acrescentou Bass. "O que está acontecendo é que, realmente, mudaram seus hábitos alimentares de forma tal que todos os excessos de comida acontecem durante seu período normal de descanso".
"Um dos efeitos danosos do excesso de calorias é [o fato de] perturbar este muito delicado e importante mecanismo de tempo que está presente em todos nós", afirmou Bass, destacando que esse relógio interno está presente tanto em plantas, animais como humanos.
"Fazendo isso, pode-se exacerbar o processo que conecta a dieta ao diabetes e à obesidade", completou.

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